Diagnostico populacional de capivaras e combate a febre maculosa
Caso de ocorrência da Febre Maculosa Brasileira associado à presença de capivaras em indústria automotiva.
Os casos de ocorrência da Febre Maculosa Brasileira são frequentemente associados à presença de capivaras. Isto porque, os animais são hospedeiros primários dos carrapatos das espécies Amblyomma sculptum (complexo Amblyomma cajennense) e Amblyomma dubitatum, vetores da bactéria Rickettsia rickettsii, o agente etiológico da doença (SMA/SES, 2016). Geralmente, as capivaras são abundantes nas áreas endemismo da Febre Maculosa Brasileira, destacando-se como fonte de proliferação do agente etiológico (SMA/SES, 2016). Assim, o desequilíbrio populacional das capivaras tem sido apontado como a principal causa de infestação de carrapatos em áreas de risco, ocasionando em significativos impactos ao meio ambiente e à saúde pública (Campos-Krauer & Wisely, 2011).
Neste contexto, a concentração de capivaras em áreas de movimentação humana tem desencadeado uma grande preocupação dos órgãos de saúde (Ribeiro et al., 2010), pois, a Febre Maculosa Brasileira é a zoonose transmitida por vetores mais letais no estado de São Paulo (São Paulo, 2013). A Febre Maculosa Brasileira é uma doença infecciosa aguda, transmitida através da saliva de carrapatos infectados pela Rickettsia rickettsii (Barci & Nogueira, 2006). Seu contágio ocorre através da picada do carrapato, que devem permanecer fixados na pele do hospedeiro por um período de 4 a 6 horas, tempo necessário para a reativação da R. rickettsii na glândula salivar do carrapato (Barci & Nogueira, 2006). A evolução da doença no homem pode se dar de forma assintomática, com sintomatologia discreta, até formas graves com elevada taxa de letalidade. Ressalta-se que o contágio não ocorre de pessoa para pessoa.
Além de vetores, os carrapatos são reservatórios da R. rickettsii na natureza. Durante a reprodução, eles transmitem a bactéria para os seus ovos e larvas, seguindo também pelas transições das fases de larva para ninfas e destas para os adultos (Barci & Nogueira, 2006). Tal característica permite ao carrapato permanecer infectado por toda a sua vida e ao longo de muitas gerações, garantido um foco endêmico prolongado (Barci & Nogueira, 2006).
Quando infectadas pela bactéria transmissora da febre maculosa brasileira, as capivaras são consideradas amplificadores da doença por até 15 dias (Ricketsemia), podendo neste período infectar novos carrapatos (SMA/SES, 2016). Posteriormente, esses animais desenvolvem uma resposta imune à bactéria, que confere proteção contra uma nova infecção. No entanto, novas capivaras nascidas no grupo e/ou introduzidas no ambiente são suscetíveis à bactéria, perpetuando o ciclo da doença (Souza et al., 2009).
Os recentes casos de contaminação por febre maculosa brasileira no estado de São Paulo requerem a adoção de medidas de prevenção e controle em todos os setores da sociedade, visto o alto risco de letalidade associado à doença.
Confira abaixo o levantamento técnico realizado pela equipe da Eco Ambientale para a elaboração de um Relatório Técnico do Diagnóstico Populacional de Capivaras e das Diretrizes Para Combate à Febre Maculosa, com os objetivos de:
- Apresentar uma estimativa populacional e mapear a área de vida dos grupos de capivaras;
- Verificar possíveis rotas de deslocamento das capivaras nas imediações da fábrica;
- Indicar diretrizes para classificação da área frente ao risco de transmissão da febre maculosa brasileira e;
- Direcionar ações de manejo ambiental e da população de capivaras.
Empreendimento: Industria Automotiva.
Localização: São José dos Campos/SP.
Para este e outros serviços ambientais, a Eco Ambientale estará à disposição para atendê-lo. Fale conosco.
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