O que causa o deslizamento de encostas em áreas urbanas?
Deslizamentos de terra em encostas em áreas urbanas são muito presentes nos noticiários ano após ano. Mas o que causa esse fenômeno?
Ano após ano, imagens chocantes de deslizamentos em cidades tomam conta do noticiário da TV em épocas de chuvas pelo país. São tragédias recorrentes que levam vidas, vegetações e desafiam o poder público a tomar atitudes efetivas para a proteção dos cidadãos residentes nas áreas urbanas. Porém, o que de fato causa os deslizamentos? Para responder a questão, há fatores naturais que, somados à intervensão humana, criam um terreno fértil para o desastre.
Inclinação do terreno e propriedades do solo
O próprio formato íngreme de uma encosta, de man²ira natural, causa uma maior propensão para a desintegração e queda do solo. Quanto mais inclinada é a área, mais intensos são os riscos de favorecer que a terra role morro abaixo, algo recorrente da própria estrutura física do ambiente. De acordo com a Revista Superinteressante, a média de angulação das regiões com grandes problemas de deslizamentos estão entre 20 e 25 graus.
A configuração do solo da encosta também tem um papel decisivo para os deslizamentos. Terrenos com solos mais compactos tendem a dificultar o problema; já locais arenosos formam massas menos ‘pesadas e encorpadas’, facilitando a decorrada da terra a consequente queda ladeira abaixo.
Retirada da vegetação natural
A principal interferência do ser humano é o desmatamento na região da encosta, que elimina as chamadas ‘plantas salvadoras’. A vegetação exerce um papel importante de estabilização do solo, ‘segurando’ a terra e servindo como barreira natural para a queda d’água. Ao retirar essa cobertura, deixa-se um terreno limpo para que o solo deslize morro abaixo sem grandes obstáculos.
Construções irregulares
Em primeira instância, a construção é propriamente uma responsável para a alteração da superfície natural da encosta, já que retira a vegetação e ‘remexe’ completamente o solo, deixando ainda mais sensíveis os terrenos já arenosos e pouco encorpados. Para além disso, apesar de uma certa manutenção do formato natural, há regiões onde realmente não há condições para a criação de uma estrutura urbana, exigindo tal espaço de isolamento.
Quais os efeitos do deslizamento nas cidades?
Os deslizamentos de terra nas áreas urbanas têm efeitos drásticos na sociedade e no meio ambiente.
Empobrecimento do solo
Todo esse efeito de erosão dos deslizamentos pode causar uma completa destruição do solo, impossibilitando novas plantações e cultivos na região. Além disso, a eliminação da vegetação causa todo um desequilíbrio no ecossistema do local, matando espécies vegetais e animais.
Morte da população
Os deslizamentos resultam em dezenas de mortes, violentas e trágicas, com pessoas debaixo dos escrombos e das terras, às vezes por dias. A perda é incalculável, destruindo famílias já financeiramente frágeis pela própria estrutura social que as levaram para a região.
Como solucionar os problemas de deslizamentos nas cidades?
Os delizamentos de terra, para além da questão natural, são um problema de origem social, decorrente da desigualdade, da expansão imobiliária e da falta de assistência do Estado. O poder de evitar ao máximo a ocorrência de tragédias desse tipo está de fato nas mãos do público, com medidas como:
Definição de APP’s
É preciso analisar completamente a região, com o auxílio de especialistas e ambientalistas, para definir se o local deve ser enquadrado como uma Área de Preservação Permanente, impedindo qualquer exploração do solo para a construção civil ou para a extração indevida de vegetação.
Criar planos de urbanismo
Mesmo com a proibição da construção nas regiões frágeis, o governo não pode ‘lavar as mãos’, visto que é comum que as pessoas se apropriem desses lugares, já que eles não são utilizados pela indústria imobiliária formal e regularizada.
É preciso enxergar que, em muitos casos, a construção irregular é a única opção de famílias sem-teto. Para resolver a questão, é fundamental que o poder público ofereça condições econômicas favoráveis para a retirada desses indivíduos e a colocação em locais mais seguros, principalmente com a entrega de casas populares.
Esse passo mais importante não é nada fácil, já que o próprio governo precisa de verba para construir centenas ou até milhares de casas em outras áreas. Porém, é fundamental criar planos de urbanismo que encaixem as ações ao orçamento da cidade, visto que trata-se de uma questão que ceifa vidas ano após ano.
Quer mais dicas como essa? Então continue acompanhando o blog da Eco Ambientale:
Compartilhar post